Portugueses pagam a energia mais cara da UE

Famílias em Portugal têm a fatura mais pesada face ao poder de compra dos salários praticados.

As famílias portuguesas pagam a eletricidade mais cara da União Europeia em paridade de poder de compra (PPC), ou seja, tendo em conta a relação entre os salários e o custo de vida.

Os dados foram esta terça-feira divulgados pelo Eurostat e são relativos ao segundo semestre de 2018. A este valor não é alheio o peso dos impostos e dos custos políticos no preço da energia, que atinge os 55%. 

Os números do gabinete de estatísticas da UE mostram que os portugueses pagavam, no final do ano passado, o valor mais alto da União Europeia (28,2 PPC, preço por 100 kWh) seguidos pelos alemães (28 PPC) e espanhóis (27,4 PPC). 

A medida avalia o custo do kilowatt em função do poder de compra das famílias nos vários países. 

Quando são analisados os preços em euros, sem ter em conta o poder de compra, constata-se que os dinamarqueses são os europeus que mais pagam pela eletricidade (31,2 euros por 100 kWh). Ainda assim, nesta tabela Portugal surge em quinto lugar, com um preço de 22,9 euros por kWh.

O Eurostat conclui ainda que os impostos representam mais de metade do preço da eletricidade em três países europeus: Dinamarca (64%) Portugal (55%) e Alemanha (54%).

No caso de Portugal, o peso dos impostos inclui os chamados custos políticos da fatura, nos quais entram por exemplo os polémicos CMEC. 

No entanto, não é possível desagregar estas duas componentes para todos os países, de acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), num comentário feito aos dados do Eurostat.

No gás, a fatura também é elevada mas Portugal não se destaca tanto. De acordo com o Eurostat, quando ajustado em função do poder de compra, o país paga o terceiro gás natural mais caro. 

Olhando unicamente para o preço em euros, o valor desce para o 6º lugar da tabela, atrás de Suécia, Itália, Dinamarca, Espanha e Holanda.